Perguntas Frequentes

Por que o geriatra?

 Não existe uma idade certa para acompanhar com o geriatra. Mas a procura por esse profissional se dá cada vez ais cedo, havendo pacientes com até 30 anos buscando a especialidade. O geriatra busca uma visão global do paciente, desde causas de tontura e constipação a fatores que possam estar desencadeando alterações de humor e memória. Por essa abordagem diferenciada, muitos pacientes preferem o acompanhamento geriátrico do que as vezes terem que acompanhar com muitos especialistas que não tem a visão do todo. Certamente é uma especialidade que busca a promoção de saúde, com orientação de carteira vacinal, exames preventivos e estímulo a atividade física com meta de alcançar o envelhecimento saudável e acima de tudo
funcional.

-https://sso.uptodate.com/contents/ comprehensive-geriatric-assessment?source=history_widget

A busca por suplementação vitamínica é crescente com a divulgação da mídia. Cada vez mais se vê anúncios de venda de suplementos que prometem o controle ou a cura de doenças como artrose, dislipidemia, controle de dores crônicas, entre outros. Selênio, magnésio e zinco estão sendo adicionados a inúmeros suplementos com a promessa de melhorar a memória e as dores articulares. A literatura mundial não recomenda o uso desses suplementos
em alguém que tenha uma dieta balanceada e variada. O uso desproporcional de certos suplementos também leva a consequências ruins no nosso organismo. Alguns exemplos, o Omega-3 em doses específicas e elevadas serve para tratar hipertrigliceridemia, mas também pode ter repercussão no LDL, entre outras coisas. Não se recomenda seu uso para memória. Rotineiramente, dosamos vitamina D para saúde óssea e de fato é necessária sua suplementação para pessoas acima de 60 anos e/ou que sejam do grupo de risco para doenças ósseas. A vitamina B12 é dosada principalmente para análise cognitiva, em contexto de anemia, cirurgia bariátrica ou em dietas mais restritivas, sendo que sua suplementação deve ser feita quando necessário. Infelizmente não existe nenhuma vitamina que melhore nossa memória. A melhor solução para os problemas do envelhecimento é a de sermos persistentes nas duras práticas de vida saudável que devemos desenvolver desde jovens.

-https://sso.uptodate.com/contents/

vitamin-intake-and-disease-
prevention?search=vitammin%20suplementatito

n&source=search_result
&selectedTitle=1%7E150&usage_type

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– Manson JE, Cook NR, Lee IM, et al. Marine n-3 Fatty Acids and Prevention
of Cardiovascular Disease and Cancer. N Engl J Med 2019; 380:23.
– Bhatt DL, Steg PG, Miller M, et al. Cardiovascular Risk Reduction with
Icosapent Ethyl for Hypertriglyceridemia. N Engl J Med 2019; 380:11.
https://www.endocrino.org.br/media/

uploads/PDFs/posicionamentooficial_
sbpcml_sbem_-_final_(1).pdf

 Há uma grande chance de serem! Quando envelhecemos perdemos massa cerebral de forma regular e progressiva. Geralmente pioramos nossa atenção e nossa capacidade de executar atividades, perdemos nossa habilidade de realizar cálculos e guardar feições. Caso suas “queixas de memória” não impactem no seu dia a dia, não lhe desorganizem a rotina, não lhe faça ficar dependente de alguém para uma determinada função, então, suas queixas são normais, mas, podem até piorar se você não realizar estímulo cognitivo e não se exercitar. Alguns esquecimentos em pessoas com histórico de demência na família ( principalmente quando o familiar desenvolveu o quadro demencial antes dos 65 anos), em pessoas com diabetes descompensado, analfabetos, com antecedente de doenças psiquiátricas não tratadas, entre outros, devem ser melhor analisados e acompanhados por um geriatra. Ainda sim, se seus esquecimentos lhe preocupam, busque por um profissional para melhor orientação.

-Cognitive Neuroscience of Aging: Linking Cognitive and Cerebral Aging, Cabeza R, Nyberg L, Park D (Eds), Oxford University Press, New York 2004.

 Demência é a perda ou piora de um domínio cognitivo ( linguagem, atenção, memória, função executiva, etc) com impacto no dia -a – dia. Por
exemplo, a memória tem piorado tanto a ponto de impactar na organização da rotina. Cerca de 60%- 80% das demências são Alzheimer,
18% são secundárias a um evento cérebro vascular como AVCi e AVCh, 10% são demências mistas ( vascular e Alzheimer) , 5% são secundárias a demências mais raras como a demência de Lewy, 2% demência fronto temporal e outras. Então, a demência de Alzheimer é de longe a mais prevalente, por isso a confusão entre os termos. Algumas pessoas usam o termo demência senil, o que é errado. Esta etiologia não existe. Provavelmente trata-se de uma demência de Alzheimer de início tardio, ou seja, que se inicia após os 65 anos. A
demência de Alzheimer tem evolução gradual e progressiva e seu maior fator de risco é de fato a idade sendo que a cada 10 anos após os 50 anos a sua incidência dobra.

-American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of
Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5), American Psychiatric Association,
2013.
-https://dementiastatistics.org/about-dementia/subtypes/

 Não, não é. Dor é indicativo de doença e envelhecer não é nunca sinônimo de ter doenças, mas sim de ter mais vulnerabilidade a doenças.
Com relação as dores, ao longo da vida por inúmeros motivos tais como sobrepeso, movimentos repetitivos realizados de forma incorreta, perda de massa muscular , vamos prejudicando nossas articulações. Geralmente as dores surgem com os anos , pois além de seguirmos prejudicando as nossas articulações ( se mantidos os maus hábitos) perdemos massa muscular que muito nos auxilia na sustentação do corpo. Imagine então todo peso do corpo em cima de um joelho ou quadril cuja articulação já está prejudicada.
Por este motivo quando voltamos a ganhar massa muscular, nossas dores tendem a melhorar muito.


-Bennell KL, Hinman RS. A review of the clinical evidence for exercise in osteoarthritis of the hip and knee. J Sci Med Sport 2011; 14:4.
-French SD, Bennell KL, Nicolson PJ, et al. What do people with knee or hip osteoarthritis need to know? An international consensus list of essential statements for osteoarthritis. Arthritis Care Res (Hoboken) 2015; 67:809.

 Cuidar bem da saúde ao longo dos anos, com exames preventivos. Ser uma pessoa ativa incluindo estar engajada socialmente. Em todo meio de comunicação se fala sobre a importância de se fazer exercícios físicos e este não é um mito. Ter massa muscular está associado a ter uma cognição melhor com os anos, a ser mais independente e a ter mais qualidade de vida. Ter um propósito de vida é um estímulo para melhorar a saúde, além de criar um estado de espírito positivo e desenvolver a espiritualidade. Acreditar que é importante cuidar da saúde para se aproveitar a vida e reduzir o risco de incapacidades. Estar ativo fisicamente, engajado com a família e sociedade e ter cuidado da saúde ao longo dos anos não são tarefas fáceis, por isso um profissional de saúde bem informado pode ajudar nesse processo.

-American Association for World Health. 1999. Healthy living—start now! Author, Washington, DC.
-Martha R. Crowther, PhD, MPH, Michael W. Parker, DSW, W. A. Achenbaum, PhD, Walter L. Larimore, MD, Harold G. Koenig, MD. Rowe
and Kahn's Model of Successful Aging Revisited: Positive Spirituality—The Forgotten Factor . The Gerontologist, Volume 42, Issue 5, 1 October 2002, Pages 613 620, https://doi.org/10.1093/

geront/42.5.613
-Zhou S, Chen S, Liu X, et al. Physical Activity Improves Cognition and Activities of Daily Living in Adults with Alzheimer's Disease: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Int J Environ Res Public Health 2022; 19.
-Exercise Prescription for Health Populations with Special Consideration: Older Adults. In: American College of Sports Medicine. ACSM's Guidelines for Exercise Testing and Prescription, 10, Philadelphia 2018. p.189-190.

 Com o envelhecimento populacional é normal a preocupação constante
com a cognição. Cada vez mais os jornais científicos tentam trazer atualizações sobre os fatores de risco para demência. Atualmente dentre os principais apontados são: falta de atividade física, consumo de álcool , tabagismo, depressão, doenças crônicas como dislipidemia, diabetes, hipertensão, obesidade, perda auditiva, perda visual, traumatismo craniano frequente ( como o que ocorre no boxe) e poluição do ar. É importante ressaltar que a perda cognitiva se dá por vários fatores. Tentar evitar os fatores de risco é algo que podemos fazer para tentar evitar um quadro demencial, mas não é garantia de não evoluir com a doença caso a pessoa tenha uma genética favorável a desenvolver quadros demenciais. A ideia é atuar nos fatores de risco modificáveis, ou seja, que podemos “modificar”, melhorar, ao longo da vida para reduzir as chances de se ter uma doença.

-https://www.alzheimers.org.uk

/about-dementia/managing-the-risk-of-dementia
-https://www.thelancet.com/

journals/lanpub/article/PIIS2468-2667(24)00120-8/fulltext

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